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Mulheres na TI: como elas têm ganhado espaço neste mercado

A área da tecnologia da informação (TI) normalmente dominada pelos homens, conta com uma participação crescente de mulheres



O primeiro computador do qual temos notícia, conhecido como ENIAC (Electrical Numerical Integrator and Computer), foi concebido durante a Segunda Guerra Mundial, mas só ficou pronto em 1946. A partir dos anos 1960, essas máquinas passaram a ser relevantes para grandes e médias empresas, apesar dos problemas e limitações que apresentavam. Foi a partir da década de 80, com o advento dos microcomputadores, que passaram a fazer parte não só do ambiente corporativo, como também da vida pessoal, “invadindo” gradualmente os lares, até se tornarem essenciais para todos, uma situação consolidada nos dias de hoje.

As mulheres tiveram papéis importantíssimos na história da computação, citando ícones como Ada Lovelace e Grace Hopper, entre tantas outras. Até a década de 80, ainda tínhamos uma participação feminina expressiva nos cursos de Computação.

A situação se inverteu justamente após o mercado de TI ganhar mais relevância – com o Vale do Silício e todos esses “heróis” emergindo e ocupando o espaço da programação. Porém, nos últimos anos está sendo verificada uma nova reversão de direção. Cada vez mais mulheres vêm retomando esse espaço. Nos últimos cinco anos, a participação feminina na área de TI cresceu 60% – passando de 27,9 mil mulheres para 44,5 mil em 2019, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

Mas, ainda assim, elas representam apenas 20% dos profissionais de tecnologia do país. Se a mudança continuar nesse ritmo, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acredita que, em 10 anos, a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro deve crescer mais do que a masculina em muitos segmentos – e a ciência e tecnologia são alguns deles.

Soft Skills

Apesar da mudança gradual verificada, ainda existe discriminação na contratação e na questão salarial. “Ainda é possível perceber uma preferência no mundo corporativo pelos homens, mas isso é muito mais uma questão histórica, cultural, do que qualquer outra coisa, as capacidades se equivalem. No mercado de trabalho, as mulheres ainda sofrem muito para serem ouvidas e reconhecidas. Estar num meio predominantemente masculino, tendo sua presença questionada várias vezes de forma explícita e implícita, é desgastante. Por volta de 10% das pessoas desenvolvedoras no mundo são mulheres. Ainda somos poucas, e ainda não estamos ocupando tantos cargos de liderança”, diz Lívia Delgado, 20 anos, formada em técnica em informática pela CEFET-MG (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais) e cursando o quinto semestre de Sistemas de Informação da UFMG.

Trabalhando como consultora de desenvolvimento de software na empresa ThoughtWorks, Delgado enumera uma série de vantagens que a mulher possui e que não são tão presentes no universo masculino. “A socialização das pessoas que são criadas como mulheres pode reforçar algumas características como, por exemplo, ter maior cuidado com a relação humana, processos, ambientes e organização. São as famosas soft skills. Outras características acabam sendo criadas pelo fato desse meio ser, sim, muito sexista. Mais um exemplo? Ocupar espaços que não vão gerar nenhum tipo de ganho pessoal – somos nós que acabamos nos voluntariando para conduzir reuniões ou fazer tarefas que não criam nenhum destaque”, fala Delgado.

Comunidades

Questionada sobre como enxerga o futuro da mulher nesse mercado, ela é enfática.:

“Imagino cada vez mais mulheres ocupando cargos de liderança dentro das empresas de TI e que essa representatividade ajude a trazer mais e mais mulheres para cá, para que possamos ocupar esse espaço que sempre foi nosso, mas que fizeram de tudo para parecer que não era”.

Para ajudar nesse movimento, existem comunidades formadas por mulheres que trabalham em TI. Vamos aqui citar quatro delas:

Se Candidate, Mulher! https://secandidatemulher.com.br/

Womakers Code https://womakerscode.org/

“Esses tipos de comunidades são importantíssimas para que nós, mulheres, ganhemos representatividade e confiança. Enxergar que somos capacitadas para exercer as funções inerentes ao cargo, e que possamos nos desenvolver ainda mais. Unidas e buscando cada vez mais apoio, vamos mostrar que o mercado de TI e as mulheres têm tudo a ver, mesmo que a sociedade pense o contrário”, finaliza Lívia Delgado.

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